Perguntas bíblicas e teológicas intrigantes 

A MULHER QUE UNGIU JESUS.
"A mulher que ungiu Jesus em casa de Simão, seria Maria, irmã de Lázaro?"
A passagem em João 11.12 dá a idéia de um acontecimento anterior (Mt 26.6-13; Mc 14.3-9; Lc 7.37), nos moldes em que é contado no capítulo 12, versículo 3, com igual reação dos discípulos e também igual ao comentário de Jesus, o que deixa transparecer que o fato é o mesmo e as mesmas as pessoas, sendo apenas uma recapitulação. Pela ordem natural, podemos inferir que depois do jantar em casa de Simão o (que fora) leproso (Espada Cortante, O. S. Boyer, pg. 783), Jesus se tornou amigo da família, por meio de Maria, sendo depois recebido muitas vezes nessa casa: Lc 10.38. Numa dessas vezes, Lucas estabele­ce (v.40) a intimidade que se vê em João 11.5. Os detalhes da murmuração dos discípulos em Mateus e Marcos, que em João é atribuída somente a Judas, não aparecem em Lucas, bem como o diálogo entre Jesus e Simão, narrado por Lucas, não aparece nas demais narrativas, mas nada impede que tenham acontecido na mesma ocasião. É de se esperar que fatos narrados 20 ou 30 anos depois de aconteci­dos possam ter tido algumas omissões por esquecimento, sem que isso invalide a sua inspiração e até mesmo que assim sucedeu por força dessa inspiração divina, para que o observador atento pudesse tirar delas as lições de que viesse a precisar. Há, porém, quem advogue a possibilidade de terem ocorrido até três casos em que Jesus seria ungido por mulheres diferentes, mas as coincidências não reforçam a afirmação. Nossa opinião é a mesma do Novo Dicio­nário da Bíblia de Douglas, pág. 1.007, de que a mulher que ungiu a Jesus em casa de Simão foi Maria, irmã de Marta e de Lázaro e que o próprio Simão tinha parentesco com os três. "Mateus, Marcos e João con­cordam em que o Senhor Jesus foi ungido em Betânia e Mateus e Marcos especifi­cam que isso aconteceu em casa de Simão" (Douglas). Quanto ao pejorativo "hamartoulos" - pecadora, que Lucas insere, não é obrigatório julgar-se que Maria - a Maria piedosa de Betânia - fosse uma mulher de moral duvidosa, como alguns comentaris­tas sugerem, mas que ela, em presença de Jesus, sentira as suas próprias carências e buscara abrigo na honraria que achou por bem fazer-lhe. Mesmo porque não se ad­mite que a honradez encontrada em Marta e Lázaro, a ponto de Jesus chegar a amá-los e a comover-se diante do fato fúnebre que os envolveu, encontrasse tolerância numa atitude menos conveniente da parte da irmã sob o mesmo teto.


QUANDO JESUS MORREU?
"Segundo Mateus 12. v.40: 'Pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ven­tre da baleia, assim estará o Filho do ho­mem três dias e três noites no seio da ter­ra', qual foi o dia da morte de Jesus?"
O dia da crucificação de Jesus tem sido por alguns situado na quarta-feira, e pela maioria dos eruditos na sexta-feira. Mas qualquer dessas datas conta com algumas dificuldades. No entanto, a questão tem provocado muitos debates, e muito tempo tem sido desperdiçado, e imensas energias têm sido concentradas nessa discussão. Para alguns, o conhecimento e a declara­ção do dia certo parecem ter a importância de uma convicção religiosa.
Russel em seu comentário do Novo Testamento, diz: "Algumas pessoas por desconhecerem a índole das línguas anti­gas, como o grego e o hebraico, insistem que tais palavras devem indicar três dias e três noites completos; porem [apresenta grande número de citações extraídas do hebraico, do grego e do latim] tal expres­são era usada, nos dias antigos, para signi­ficar parte de três dias e noites, e que uma parte era usada para expressar a totalida­de". A seguinte citação de Jerônimo ilus­tra esta idéia: "Tenho abordado mais com­pletamente o trecho sobre o profeta Jonas (isto é, o livro do V.T.) em meu comentá­rio. Direi agora somente que isto [esta passagem ] deve ser explicada como modo de falar chamado sinédoque, quando uma porção representa a totalidade. Não signi­fica que nosso Senhor esteve três dias e três noites inteiros no sepulcro, mas sim, parte da sexta-feira, parte do domingo e todo o dia de sábado o que é apresentado como três dias". Assim também esclarecem os pais da Igreja em geral. Na linguagem po­pular, "três dias e três noites" significa, figuradamente, não mais do que três dias, o que, na linguagem antiga, podia ser calcu­lado incluindo-se o primeiro dia, aquele em que algo acontecia. Nesse caso, o dia de crucificação teria sido o primeiro dia, e o dia da ressurreição o terceiro. O segundo dia teria sido o sábado, ficando assim com­pletados os três dias. O próprio Jesus decla­rou isso por diversas vezes, e a expressão foi repetida por Paulo, afirmando que Je­sus declarara que ressuscitaria ao terceiro dia: Mt 16.21; 17.23; Mc 9.31; 10.34; Lc 9.22; 18.33; 24.17; 1 Co 15.4.


HOMEOPATIA: DIVINA OU DIABÓLI­CA?
"Desejo saber se é lícito o crente consultar-se com médicos homeopatas."
Doutrina proposta pelo médico alemão Cristiano Frederico Samuel Hahnemann, em 1789, cujos pais pertenciam à Igreja Eyangélica Luterana, a homeopatia tem por lema a expressão latina: "Similia similibus curantur" que significa - as doenças são curadas pelos remédios que poderiam provocá-las. Isto quer dizer que a homeo­patia é o recurso pelo qual, quando enfer­mos, tomarmos o tipo de remédio que to­mado, provocasse a mesma enfermidade nas pessoas sãs, ficaremos automatica­mente curados.
Samuel, como religioso, acreditava que as curas que realizava pela sua medicina eram de procedência divina. Guilherme Gustavo Gross (alemão), médico homeopata, era filho de um pastor protestante. Casou-se com a filha de um pastor evangé­lico. Hartmann, amigo de Gross, pastor, tornou-se médico homeopata. É bem pro­vável que deixou o pastorado pela profis­são homeopática, não deixando, contudo, o Evangelho.
Vejamos o exemplo do medicamento homeopático por nome Berberis, o qual sendo tomado por quem não sofresse do fígado, causaria danos a este aparelho do organismo humano. Esse remédio é indica­do pelos homeopatas, em pequenas doses, para a cura das doenças do fígado, com re­sultados satisfatórios.
Além dos muitos tratados de literatura homeopática, temos a obra intitulada Iniciação Homeopática, escrita pelo professor Emydio Rodrigues Galhardo, catedrático da Escola de Medicina e Cirurgia do Insti­tuto Hanemanniano. Afirma o autor do li­vro que o espiritismo tem, na verdade, fei­to a propaganda da homeopatia no Brasil, mas que essa intromissão é uma deturpa­ção.
O Dr. Samuel Pfeifer afirma: "Um anti­go ex-curandeiro e um praticante do magnetismo escreveu-me: "Satanás tem um ca­tálogo gigantesco de métodos, pelos quais quer separar a nós homens, aberta e veladamente de Jesus Cristo. Disso faz parte também a oferta de diversos métodos de cura. que pretendem ser um auxílio para o doente. Certamente é verdade que muitos cristãos não sabem discernir se esses méto­dos de cura estão solapados pelo inimigo, tornando-se também vítimas de charlatões, principalmente quando se quer ficar curado a qualquer preço, ao invés de per­guntar, a qualquer custo, pela vontade de Deus".
Devemos ter cuidado, portanto, para não consultarmos os curandeiros que não têm conhecimento de medicina. Eles apro­veitam a boa fé da população menos esclarecida e receitam medicamentos que po­dem causar danos à saúde, por sua excessi­va dose e pelos componentes que os inte­gram.
Seitas religiosas, especialmente as de origem afro-brasileiras, apresentam-se Domo salvadoras da humanidade, indican­do medicamentos nocivos ao organismo humano.
Um novo convertido que sofria de bronquite desde os nove anos de idade, tendo tomado diversos medicamentos e não ob­tendo resultado, achou por bem, às escon­didas, visitar uma curandeira que lhe pas­sou a seguinte receita:
"Compre uma panela de barro baiana que nunca foi usada e um prato de porcelana. Coloque uma camada de folhas Je agrião no fundo da panela e outra de açúcar em cima, até encher o recipiente. Em seguida, coloque nove pingos de limão galego, sem deixar cair a semente dentro da panela. Tampe a boca da panela com um prato de porcelana que nunca foi usado. Faça uma cova de três palmos. Coloque a panela e feche buraco sobre ela. Retire-se sete dias após e tome o suco que você fica­rá curado".
Esse irmão saiu daquela casa e dirigiu-se à igreja, onde as irmãs estavam reunidas em oração; chorou copiosamente, pedindo perdão a Jesus pelo que fizera. O Senhor usou um presbítero que participava do círculo de oração, o qual lhe disse em pro­fecia: "Agora mesmo te curei. Testifica en­tre teus irmãos o que eu fiz por ti neste dia". Passaram-se quase dez anos e esse ir­mão nunca mais foi acometido daquela doença.
Finalmente, dizemos: Desde que a homeopatia seja aplicada por um médico, que é responsável perante a lei pela pro­fissão que exerce, não há nada de mais em servimo-nos dela. No entanto, o melhor mesmo é confiar no Médico dos médicos - Jesus Nazareno.



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